quinta-feira, 12 de julho de 2012

POEMA DESENHADO



No meio da página escrevo ao acaso a palavra MENINA
e à sua magia, um caminho abre-se
para ela andar.
E como houvesse brotado aos seus pés um arroio espiador
uma ponte estendeu-se
para ela atravessar.

Mas a menina
agora parou
e do meio da ponte namora encantadamente nas águas
a graça inacabada de seu pequenino rosto feito às pressas

Às pressas...
(nem tive tempo de lhe dar um nome)

A vida é assim,
meninazinha sem nome...

A vida nem dá tempo para a vida!


MARIO QUINTANA
In Baú de espantos

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