Quando criança, roubaram-lhe
(em nome da cara boa conduta)...
o direito à Alegria. Ele resistiu.
Quando jovem, roubaram-lhe
(em nome da ordem e progresso)
o direito à Rebeldia. Ele revidou.
Quando adulto, roubaram-lhe
(em nome do mais querido Ter)
o direito de Ser. Ele assentiu.
À meia idade, roubaram-lhe
(em nome dos bons costumes)
o sagrado Querer. Ele aceitou.
Quando completou seus 80 anos,
(aniversariante obediente ao rito)
viu o quê permitiu! Ele perdeu.
Ele, atônito fantasma de si à deriva:
que nada a ninguém pediu e culpa.
Ele, dono do Tempo agora inútil.
Ele, só – diante do horror do não-Ser!
*Jairo De Britto,
em “Dunas de Marfim”
triste, triste, triste...
ResponderExcluirtriste e belo. luz e paz
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