Quero viver
a puros e plenos pulmões.
Respirar sem temer
apuros nem desilusões.
Quero viver
savanas de caro inverno.
Aspirar ao impossível
tudo que sabe a eterno.
Quero viver
viúvo de más astúcias.
Abarcar aldeia e mundo
salva-vidas de alegrias!
Quero viver
avesso ao labirinto.
Alvejar roupas, seios e rio
com poemas em claro cio.
Quero viver
a Tudo derramar profundo.
Sempre alerta - em fértil
e vasto campo minado.
Quero reler
tudo que alheio à sorte
escrevo e ofereço à morte.
Tarefa rica em pretensão:
Talvez somente brinquedo;
talvez apenas vã Oração.
*Jairo De Britto,
em “Dunas de Marfim”
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