domingo, 19 de abril de 2015

FELICIDADE





A felicidade sentava-se todos os dias
no peitoril da janela.

Tinha feições de menino inconsolável.
Um menino impúbere
ainda sem amor para ninguém,
gostando apenas de demorar as mãos
ou de roçar lentamente o cabelo pelas
faces humanas.

E, como menino que era,
achava um grande mistério no seu
próprio nome.


Jorge de Sena, 
in cadernos de poesia








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