A divindade se foi,
como tanta ilusão da mocidade.
E embora perdido, sem novelo,
nas masmorras deste pesadelo,
hoje ao menos sei: homem humano,
brasileiro, precário,
escravo sou e por muitos anos,
ainda o serei. Mas a saída
não esqueci: lá, onde a luz
espera aqueles que não traíram
o melhor de si.
E ao pesadelo, aos suores frios,
ao terror da noite
e Deus minotauros, respondo
aos gritos, em nome
de todos os aflitos:
eu sou um homem!
eu estou aqui!
Eduardo Alves da Costa,
in Poesia Reunida
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