Tu, que estremeces entre a dor passada
e a dor que chega(vês? A noite desce ...),
como podes semear, de novo, a messe
do sonho imenso, a um vento ruim tombada?
Sabes que inda te espera outra rajada,
porém sorris, e tens ao lábio a prece ...
Como que na tua alma resplandece
toda a curva da noite iluminada!
És, na esplanada aberta desta vida,
braceando aos céus, uma árvore despida
que as ventanias doidas esfolharam!
E sonhas! Ah! Na convulsão violenta,
que subterrânea fonte te alimenta,
que insondáveis raízes te ampararam?
Tasso da Silveira
in Poemas
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