quarta-feira, 23 de julho de 2014

A JARRA



Na sala dourada o crepúsculo derramou uma 
ânfora de sombra.

E todas as cores diluíram-se em tons neutros
e mortos,
e os desenhos de linhas lúcidas
dos portais de ouro,
das poltronas hieráticas
e dos estofos claros
desfizeram-se num frêmito de dispersão infinita.

Mas sobre o consolo em mogno antigo
uma jarra de mármore branco
ficou vivendo ...
... ficou vivendo, alva, na sombra, a vida
integral e pura
da forma que se não dilui ...


Tasso da Silveira
in Poemas

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