Murchou a flor aberta ao sol do tempo.
Assim tinha de ser, neste renovo
Cotidiano,
Outro ano,
Outra flor,
Outro perfume.
O gume
Do cansaço
Vai ceifando,
E o braço
Doutro sonho
Semeando.
É essa a eternidade:
A permanente rendição da vida.
Outro ano,
Outra flor,
Outro perfume,
E o lume
De não sei que ilusão a arder no cume
De não sei que expressão nunca atingida”.
Miguel Torga,
in Orfeu Rebelde
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