Lá fora, o frio prepara a sua geada,
a noite clara, os pássaros dormindo.
A lenha rubra em fogo se esvaindo,
um poema tecendo a sua meada.
Algo se foi. A casa está vazia.
As tábuas gastas de tantos andares
têm a memória plena de cantares
a desfiar o tempo que se adia.
Tudo é silêncio. Salvo a melodia
do fogo afugentando com urgência
a nota surda da melancolia.
Tudo é fugaz. Apenas permanece
a brasa em sua adiada despedida –
e o poema, agora cálido, se tece.
Renato Tapado
In Palavras na Penumbra
Belíssimo!!! Bom Dia Amália!
ResponderExcluirAh... esta música... e eu revendo uma caixa cheinha de belos cartões, fotos e mensagens que recebi nos anos 2005 a 2008... como impedir a lágrima?
ResponderExcluir