segunda-feira, 19 de março de 2012
A MAGNÓLIA
A Magnólia
Sem paixão plantei-a no meio
do jardim. Pesado tributo
à insolvência dos dias.
Bandeiras de cor verde-ferrugem
transeunte natureza de amor desvelam
caravela de pássaros e o vento nas ramas
alegre o riso
na onda: o arco-íris.
(Comprei vestidos sem cor
e – pelo verão – esperei
as vergônteas da morte.
A água que bebi era de cinza.)
Nuvens se espedaçam
inflam botões
alvos
sorrisos na relva
e o chá vertido nas flores bebemos
da lembrança.
(Se nasceram luas apenas
é pétalas decepadas
acaso fui eu
acaso fui
eu?)
Dora Ferreira da Silva
In: Poesia Reunida
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