Ritos que as Horas Calmas
Ao entardecer
Fazem com as almas
Sem se conhecer...
E que em voos de ânsias
Põem espirituais distâncias
Entre olhar e ver.
Turíbulos que a Tarde
Oscila no ar
Donde a névoa arde
Cor desde cansar...
Arco dos balanceados
Turíbulos os raios do sol fechados
Na destreza do ar
Fim de missas no Poente
Bênçãos ainda são
Luz branca e cinzas entre
Terra e coração
Saem os fiéis p’la aberta
Porta da paisagem que se deserta...
...Sinos sem perdão...
Fernando Pessoa
In Poesia 1902/1917
Lindo, Amália! Adoro Pessoa!
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