"Lembrou-se bruscamente de que num café da rua Brasil (…)
havia um gato que se deixava acarinhar pelas pessoas,
como uma divindade desdenhosa. Entrou.
Aí estava o gato, adormecido.
Pediu uma xícara de café, adoçou-o lentamente,
experimentou-o (…)
e pensou, enquanto alisava a negra pelagem, que aquele
contato era ilusório e que estavam como separados por
uma vidraça, porque o homem vive no tempo, na sucessão,
e o mágico animal, na atualidade, na eternidade do instante."
Jorge Luis Borges
em “Ficções: O Sul”
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